quinta-feira, 17 de abril de 2008

CASO 1

Uma série de acontecimentos descontínuos ocorridos nos anos 60 e que foram relembrados a partir da fotografia, são casos que ficaram na memória coletiva dessa “turma”. A graça fica para os que conviveram de perto.

Conta o Erio e o Dago: [Pancho: Eduardo Rosembaun]

Pancho tem passagens fantásticas. A maior delas, a maior do Pancho foi no dia em que perdeu o fichário no Américo Brasiliense. Todo fichário que se deve, a folha é numerada. Você numera um, dois, três, quatro, cem, 200... Era um fichário de notas, não era classificado por matérias. Umas duzentos páginas. Por distração esse fichário cai ao chão em um dia de vento, essas duzentas páginas se espalharam pelo pátio.
No horário de intervalo.
Começa a correria. O Pancho querendo pegar, juntar. Pegou a folha 1, pegou a 2, chegamos lá com a folha 7 e 8, e falamos: olha Pancho, toma Pancho e ele: Não! Eu quero a 3. Na ordem, ele queria pegar na ordem, ele não queria juntar e reclassificar (risadas).
Quem tem a página 4, quem tem a 5 ?
Essa é uma passagem do Pancho ,a segunda antológica foi na saída do vestibular para Medicina com o Sabugo. Encontrou o Sabugo na saída do vestibular, o Pancho vira prá ele e pergunta prá ele: sacou a “mancadinha” (um modo de resolver as questões de multiplas escolhas)? O Sabugo disse que subiu um frio na barriga. Não tinha a “mancadinha”, e já havia prestado vestibular duas vezes. Subiu um frio na barriga do Sabugo, que desconhecia qualquer “mancada”. Como “mancadinha”? O Pancho disse: você deve fazer um X na letra que antecede a reposta correta. Então se a resposta correta é c você assinala um X em b. O Sabugo virou e falou: e se a resposta certa é a, eu faço X no que? Ele parou, pensou, pensou e disse: acho que é em a mesmo .
Terceira do Pancho, jogo de pôquer, rodada de fogo, abertura obrigatória com trinca, obrigatória (com ênfase), tem que ser mostrada, tem que ser mostrada, um parceiro da mesa abre o jogo, portanto abertura obrigatória em trinca, ele tinha que ter uma trinca, e o Pancho sai de mão com uma trinca de sete, portanto quem abriu tinha que ter uma trinca maior do que sete, oito, dez, valete, dama, não interessa. Era obrigatório mostrar, não podia pensar, vou chutar a abertura, não, tem que mostrar a abertura, o Pancho pede a 4ª carta tentando uma quadra de sete que não veio... não vem, e ele com trinca de sete, ao invés de ter uma luta, com o outro repicando para tentar sustar o outro num blefe, não, o outro fez uma aposta pesada e ele só pagou prá ver, pagou prá ver uma abertura que era obrigatória mostrar, e essa é mais uma passagem.
E a última pra terminar é a indisposição dele com os clientes do restaurante [do qual era proprietário], quando diziam das comidas servidas...
Pediam filé a Chateaubriand e depois reclamavam que estava mal passado.
Isso. Muito cru.
Ele dizia sabe , não dá prá atender essa gente que não sabe o que é um filé Chateaubriand...O Chateaubriand tem que estar vermelho, um filé alto né.

Nenhum comentário: