sábado, 29 de novembro de 2008

Ginásio Santo André 1965



Imagens enviadas pelo Tonico

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Livre terra querida

Bevilacqua (Walter).
E o nome dela?
[livro publicado pelo Diário do Grande ABC, provavelmente em 1977].

Sem muito esforço da para se perceber um pedaço de Santo André, aquele colado à via férrea de trem. Os donos das terras, os coronéis que dão nome às principais ruas da cidade “cedem” terrenos. O autor é um entusiasta do “cooperativismo” e engenheiro. Acredita ele, que a grande empresa química Rhodia veio ao Brasil para fabricar lança-perfumes. Ano de 1919, fim da grande guerra.
(continua).

domingo, 23 de novembro de 2008

Buba; Celso;Eraldo;Erio;Roberto;Armando;Sergio;Sidnei;Antonio;Saverio;Dago;Wanderley

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Escola Duque de Caxias 1960


Imagens enviadas pelo Tutu.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Escola Duque de Caxias

OLÁ SIDÃOZINHO;TO MANDANDO ANEXO CLASSE DE 1960 NO DUQUE;SEGUE ALGUNS NOMES P VER SE VC RECONHECE ALGUEM;BEIJOS
PS-TEM UNS CARAS Q EU NÃO LEMBRO MAIS ESSA CLASSE ACHO Q ERA ADMISSÃO; EU VOU MANDAR MAIS UMAS FOTOS DO DUQUE SEPARADAS PQ SENÃO FICA MUITO CARREGADO.

CELSO ARAUJO; DECIO CATARUZZI; DIRCEU DE LIMA; ROBERTO BOSKO; JOSÉ BIM; DIRCEU FARIA; NELSON CATARUZZI; EU(TUTU);RAUF;ZEFERINO CARLOS; GINO PAVAN; FABIO GIANOTTI

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

PROCURA-SE EMPREGO


O Blog se refere a memórias.

A regra foi quebrada pela urgência.

Sapo divulga a sua carta pessoal.

sábado, 25 de outubro de 2008


Oi Sidão
Anexo foto de dois amigos do tempo de esquina, porém anterior a 65. Creio que em torno de 60/61. Te ajudo a identificar. Eu e Savério.
Foto tirada pelo meu pai em frente a minha casa na Vila Gabrilli, lembra? Éramos vizinhos. Estamos com uniforme do Américo Brasiliense, na oportunidade em que desfilamos comemorando a Independência do Brasil.
Estou "vasculhando" alguns guardados antigos. Se encontrar algo mais, te enviarei.
Sds.
Hamilton Cobra (macaco)

domingo, 19 de outubro de 2008

Circo



circo Soares: frente ao cine Carlos Gomes

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Caso 4

Uma série de acontecimentos descontínuos ocorridos nos anos 60 e que foram relembrados a partir da fotografia, são casos que ficaram na memória coletiva dessa “turma”. A graça fica para os que conviveram de perto.

Polícia da Firestone.
(Sapo–Wanderley Platinetti; Dago–Dagoberto Drago; Marcolão–Marcos Barbieri; Carlão–Carlos Camargo; Sabugo–Eduardo Giusti; Sabiá–Enderson Giovanetti; Buba–Asdrúbal;


Diálogo:
Sapo: Polícia da Firestone. Eu lembro, a gente jogando na casa do Carlão, duas mesas...
Dago: Não! Na casa do Marcolão.
Sapo: Ah é, foi no Marcolão, foi o Carlão que inventou.
Dago: Alguém ligou.
Sapo: O Sabugo tava ganhando...
Dago: Lógico! Foi uma coincidência enorme, alguém ligou prá casa do Marcolão e ia morrer por aí... “polícia da Firestone, nós vamos aí e não sei o quê?”. Ia morrer por aí mesmo. Eu cheguei com o carro, carro do meu pai. Meu pai... me autorizava todo dia depois do almoço dar umas voltas...
Sapo: Fusca verde.
Dago: Exatamente. Fusca verde, e eu cheguei na esquina. E me falaram, “porra nós acabamos de ligar, tem duas mesas de pôquer na casa.... do Marcolão, acabamos de ligar, parece que eles ficaram meio assustados”. “Falamos que éramos da polícia. Faz o seguinte, chega de carro, breca em frente e bate a porta, pam!, pam!, prá parecer que é a polícia”. Parecia que a polícia estava chegando, mas foi dito e feito, fui e parei em frente. Dei uma brecada e plam!, plam!, bati porta.
Mas voava gente da casa do Marcolão (rindo), e o Sabiá por trás do arbusto. Sabiá com uma ficha; olha que coisa para se denunciar, coisa mais comprometedora.
Sapo: Quem deu a idéia, deve ter sido o Carlão?
Dago: Não sei.

Acho que foi o Buba que ligou.
Sapo: Da (sic) onde ele tirou polícia da Firestone? Os caras entraram nessa.
Dago: Imagine a polícia avisar que vai dar uma batida. Mas pulou gente. E o Sabugo logo declarou. Sabugo estava ganhando uma nota, sei lá, 550 paus. Quando falaram, “vamos recolher, a polícia taí. O Marcolão puxou o cobertor de cima da mesa de uma vez só. E o Sabugo: me dá 500 paus ai! (risadas)”.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Biquinha

pintura a óleo sobre tela.
José Rodrigues Vibian

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Rua Monte Casseros


Pintura a óleo de
José Rodrigues Vibian.
Será o barraco do Bela?

sábado, 20 de setembro de 2008

Bar do Teixeira (1970)


Reparem no cartaz (Brasil:ame-o ou deixe-ou...).
Velho Barreiro. Rádio. Um bilhete.
Liquidificador. Pinga com Cambuci.
Perfil do Erio.
ps. tecle em comentários, tá logo abaixo da foto. De sua opinião.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

esquina 1950

Terezinha com sua bicicleta me lembra a BB (Brigitte Bardot) no filme "E Deus criou a mulher". A bicicleta era algo muito importante. Ao lado dela outro jovem com bigode, camisa esporte sem gravata, braço aberto com a mão na cintura, olhar desafiador. Destoa dos demais. O guri com calças curtas e suspensórios era assim que se vestiam os meninos.
Comemoração, vá lá saber por quê?
Copo com cerveja, dia de sol.
Os dois últimos sentados embaixo: O jovem Tadeu de camisa esporte abotoada, ao lado seu pai Venâncio de terno e gravata. Logo acima do Tadeu, o seu Ernesto brindando com um copo cheio de cerveja.
Gravatas.
Alguns com paletó e chapéu.
Destaque para o de quepe, devia ser motorista.
Outro vestido todo de branco.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008


estação santo andré

sábado, 30 de agosto de 2008

fotos santo andré 2

O site abaixo contém fotos de Santo André:



http://fotosantigas.multiply.com/photos/album/2/2#1

contribuição de Maria Nazareth

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

domingo, 27 de julho de 2008

CONVERSAS DE Nº 1

CONVERSAS 1
Troca de e-mail(s)
Pessoas: Pancho, Landinho, Cheu, Savério, Dago, Sidão e Zé Arruda.
(03/07/08)
Lembro-me:Com respeito da Senhora sua mãe, idem do Senhor seu pai e o problema dos joelhos (conseqüência de uma pelada), da Senhora sua avó (religiosissíma), todos responsáveis pela formação do seu caráter, e abnegação com que se dedicava aos esportes e principalmente à arte de vencer.De sua irmã, do nosso saudoso Fabinho.Das brincadeiras: "Pega latinha", dos "aviões" de madeira girados, dos carrinhos de rolimã, das lutas de boxe (contemporâneas das vitórias do nosso Eder Jofre), dos torneios de ping-pong, depois tênis de mesa, da raquete butterfly, dos torneios gol à gol, dos fumacês com ramos de pé de chuchu, dos muros e telhados da vizinhança, dos pés descalços, lembro, lembro, lembro..............Eramos felizes e o sabíamos.Um forte abraçoPancho de sempre
(04/07/08)
Lembro disto tudo também, e muito bem mesmo!
Lembro muito bem, com enorme prazer e felicidade, pois estas coisas aconteceram numa fase que eu realmente vivi a turma e a nossa Esquina.
Mas muita coisa eu esqueci..., ou estão abusando da memória do velho... É impressionante ouvir as pessoas falarem de coisas que eu não lembro!
Mas a “outra” explicação que eu tenho é que minha “freqüência” na Esquina diminuiu muito a partir de 1962, que foi quando eu entrei no científico no Américo Brasiliense e comecei a praticar esportes mais a sério, treinando com regularidade.
Colégio, bomboniere do meu pai, treinamentos e etc., diminuíram o meu “tempo livre” dedicado à Esquina...
Em 1966, 3 madrugadas por semana eu ia fazer compras para a bomboniere do meu pai em São Paulo, antes de ir ao cientifico pela manhã, cursinho à tarde, aproveitava para estudar a sério em qualquer tempo livre, para poder entrar em uma boa escola, para recuperar o tempo perdido nas 2 repetências que tive no colégio!
Só “sobrava” tempo nos sábados e domingos a noite para desfrutar na Padaria Central o nosso chope e pizza... muito pouco para a Esquina
Foi um tempo que a grande parte do pessoal fala da Esquina, que eu não vivi mais intensamente como antes.
A partir de 1967, fazendo a Poli em São Paulo sobrava pouco tempo também. Em 1968, comecei a fazer também Física a noite na USP, ficando muito mais tempo por lá, pouco ficava na Esquina...
Aí os “caras” vem me mostrar uma foto de uma pelada de 1971, onde eu já estava casado e morando em São Paulo, e eles falam que eu sou um desmemoriado!!!
Eu quero ver se eles se lembram da gente, na Luiz Pinto Flaquer, nos dias de chuvas, matando no peito a água de enxurrada que descia pela rua, em frente da casa do Seu Faria?
Lembra do “consultório” do Seu Faria, onde a gente tinha conta corrente de tanto que se machucava?
Lembro de um braço quebrado depois de assistir o filme do Burt Lancaster chamado Trapézio, que a gente resolver também praticar lá na minha garagem!
Lembro do Fabinho com hepatite, portanto de repouso, e que a gente ia brigar no telhado na garagem para a minha mãe não apartar.
Lembro das nossas brincadeiras na serraria do seu Moreira, com o Robertinho, onde o pai deixava, mas os irmãos deles ficavam putos com a gente, pois sempre a gente quebrava uma ripa ou outra...
Lembro de caçadas de rã ao anoitecer lá atrás da linha do trem...
Lembro de pegar cobras verdes d’água, inofensivas, pendurar em fios de nylon e soltar das árvores da Campo Sales nas pessoas que passavam.
Lembro de ir caçar pombas na torre da Igreja do Carmo com uma espingarda belga chamada Flaubert!
Não me lembro de quem era a espingarda!!!
Alguém lembra?
Lembro das surras que levávamos, na bola ou no tapa, toda vez que íamos jogar contra o pessoal do Parque das Nações (clube Ouro Verde!).
É..., a gente era feliz, E SABÍAMOS!!!
Espero te encontrar nestes próximos encontros para matarmos a saudade!
Abraços / Orlando

(04/07/08)
Meus caros Pancho e Landinho,
Não posso dizer que me lembro de todas essas coisas, mas voces so não lembraram do galinheiro de poedeiras que havia no fundo do quintal da casa do Landinho. Eu me lembro do galinheiro e do canteiro com pés de tomates que Leonor cultivava. Estou certo ou falando bobagens?
Quero lhes dar uma sugestão: vamos colocar todas essas coisas no blog pra ver como fica. Entrem no endereço: http://esquina65.blogspot.com/
Abraços a todos.
Cheu

(04/0 7/08)
Meus bons e grandes amigos

Obrigado aos três por esta leitura rápida e tão agradável. Lembro-me, também, de muitas coisas que, pouco a pouco, irei pondo aqui.

Um abraço forte e bom fim de semana a todos
Dago

(DATA?)
Mais um pouco de SEÇÃO NOSTALGIA:Fiquei a noite pensando: Como pude me esquecer da formosa jabuticabeira que habitava o centro do quintal da casa do Landinho, e a frente da casa com o alpendre, o gramado e as roseiras? Lembro-me da grade de ferro do muro que separava o jardim da calçada, que ainda bem criança fui pular, caí, e quebrei o braço. Acho que eu tinha uns quatro anos. Essa queda ficou marcada na memoria.
Abraços
Cheu

Caros,
Bola de gude (popular fubeca - quem tinha uma "têga" fenomenal?) jogávamos nas calçadas que ainda não estavam cimentadas e na entrada do campinho. Ainda na Cesário Mota brincamos muito de "mãe da rua" e "uma na mula".
Nos meses de Junho as inesquecíveis quermesses (Colégio das freiras) e catar balões.
Abraços,
Savério


(06/07/08) Pessoal
Ontem fui fazer pão. A máquina que mistura pão tem um monte de pecinhas usadas para misturar a farinha e estava tudo meio enroscado.
Não deu outra!
Fiquei me lembrando da gente misturando farinha com água para fazer cola, que era usada para fazer papagaio e balão.
De vez em quando a gente nem tinha dinheiro para comprar papel de seda e lembro que fizemos muito balão de jornal..., e que mesmo muito pesado, subia...
Nem consigo me lembrar o número de balões e papagaios que fizemos!
Acho que o maior balão que fiz era um de 32 folhas..., de 2 bocas..., um zepelim.
Acho que o melhor papagaio que vi era um feito pelo Eloy, irmão de Decinho. Era um 14 bis de dar inveja. Estou correto?

Comecei a lembrar também do pião e das bolas de gude.
Onde é que jogávamos bola de gude?

Abraços / Orlando
(08/07/08) Landinho, Cheu, Pancho, Saverio e Zé Arruda.

Casa do Landinho:
Recordo principalmente do cigarro feito de folhas de xuxu (mencionado pelo Pancho). Das brigas do Fabinho. De um aro feito de arame para onde arremessávamos bola ao cesto. De uma caixa dágua que ficava no jardim lateral à casa, onde se tentava criar peixinhos. Do pão frito (óleo ou manteiga).
Fico pensando como os pais, principalmente a mãe suportava tantos moleques no quintal de suas casas.
Do "consultório" do seu Farias, lembro dos dedos amputados que ficavam boiando no formol, em um recipiente de vidro.
Sidão

(10/07/08) Meus caros,
Lembranças tétricas do Sidão (dedos amputados no formol). Seria parte do portfólio do Seu Faria?
Foi ele que extraiu a fisga de caçar rã do dedo do Marcolão.
Abraços,
Savério

terça-feira, 24 de junho de 2008

música 2

No dia 06/06/08, entrevistei a Maria Helena, a irmã do Pedrão. Nós a chamávamos de Pêdra. Uma das surpresas foi saber que as meninas (Maria Helena, Maria Célia e Nancy) fizeram um hino para a turma, uma paródia da música “Festa de arromba”.

Olha só que turma
De arromba
No outro dia
Eu fui parar!
Presentes no local
O Marcos e o Sidão
Troglodita, Armando
E seu amigo Pedrão...

Quase não consigo
A todos olhar
Pois a turma toda
Estava de abafar...

Hei! Hei!
Que onda!
Que festa de arromba!...

Logo que cheguei notei
O Celsinho
Com o copo na mão
Enquanto o Erio e o Dago
Bancando anfitriões
Apresentando o Tonico para a
Turma do Pedrão...

Robertinho ria
E Sabugo desistia
De puxar o Sapo
Que de do Volks não saia...

Hei! Hei!
Que onda!
Que festa de arromba!...

Mas
Vejam quem
Chegou de repente
Sergio Augusto
Com seu novo carrão
Enquanto o Enderson
E o Eraldo falavam das meninas
Que viviam sempre passando pela esquina...

Lá fora um corre, corre
Dos brotos do lugar
Era o Savério que acabava de chegar...
Hei! Hei!
Que onda
Que turma de arromba...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

caso 3

Estou relendo “O encontro marcado” de Fernando Sabino, escrito em 1956. Eu o li em 1964. Foi o Cheu que o indicou. Recordo-me que eu e o Celsinho estudávamos no Ginásio Duque de Caxias no período noturno e fizemos amizade com dois caras: o Mesquita e o Sidney (xará). Os pais deles trabalhavam na estrada de ferro Santos -Jundiaí; eles moravam em Ribeirão Pires. Matávamos aula e íamos a um bar na Rua Luiz Pinto Flaquer, ao lado do bilhar do Pascoal. Discutíamos a nossa existência. Lembro-me do Mesquita contando que seus pais o levaram a um psiquiatra - ele indignado pois, o psiquiatra pedia para ele se sentar numa poltrona mágica, onde com a imaginação ele viajaria e acabariam todos os problemas. Cerveja na mesa.
Rebatíamos para ele: vai ver que o psiquiatra pensa que, se você acreditar no que ele diz, seus problemas irão embora.
Só sei que imitando o encontro das personagens do livro, marcamos um encontro para 10 anos depois, na praça do Carmo. Anotamos em nossos cadernos. O encontro que deveria ocorrer em 1974 jamais aconteceu.
Cheguei a passar ali sozinho para tirar a dúvida, se alguém foi presente.
PS¹ : no ensino noturno só iam os que estavam defasados na idade e série, ou os que trabalhavam durante o dia.
PS²: ainda estou no começo da releitura do livro.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Caso 2

Uma série de acontecimentos descontínuos ocorridos nos anos 60 e que foram relembrados a partir da fotografia, são casos que ficaram na memória coletiva dessa “turma”. A graça fica para os que conviveram de perto.

(Pedrão — Pedro Luiz Sampaio Pinto); (Sábia— Enderson Giavanetti); (Pergola—Sergio Augusto Chaves Pergola) e (Salin—Armando Capobianco)>

O Tonico começa lembrando, em seguida o Erio e o Dago relatam:

Tem uma história do Pedrão com o Sabiá- a da espingarda que foi parar na delegacia de polícia. Também a história daquele negro que vendia calça Lee, que nós apelidamos de Lee.
É antológica. É Sabiá. Eu diria para você, o Sabiá é a personagem mais rica dessa turma.
É multifacetário, é o sujeito que atua... em qualquer tempo, ele chora se precisar chorar, ele ri.... é multifacetário.
Ele ri... ao ponto de perder o controle da risada... ele perde o controle.
A espingarda está ligada a aquele vendedor de calça Lee, o Lew.
Esse Lew trazia calça Lee. Se vivia a loucura da calça Lee que desbotava. Se vivia a loucura que o Celsinho defendia. A da calça Lee branca e da que não desbotava.
Uma das formas de se diferenciar...
O Erio teve uma Lee que esticava.
“Strach”. A diferença disso estava na pestana, se fosse rebatida não desbotava, se não tivesse pestana, costura de cós comum, desbotava. As brancas tinham duas: a de costura comum que não tinha valor, era meio amarelada e a de costura batida que cada vez ficava mais branca, pois o tecido era liso, acetinado, uma delicadeza. Então este cara [o Lew]... Em um momento em que se falava: vamos ao Capitão em Santos comprar calça Lee. Era um importador, um contrabandista, ali na ponta da praia.
Contrabandista em que o Pergóla sempre ia. Ficava na ponta da praia, em um terreno cheio de mato. Você entrava, ficava lá no fundo.
O gozado era o termo que se usava para esses locais de contrabando: eu estou com uma boca de calça Lee, tenho uma boca de calça Lee.
E se guardava segredo hem? Vai contar a boca... Ah! Vai contar a boca para os outros. E fomos surpreendidos em determinado dia, com um destes bandidos bem na nossa porta e com que facilidade: O que vocês querem? A branca, a azul..., anotando os pedidos. Fazendo amizade levando discos do Salim.
O Salim fez uma troca, calças Lee por LPs, o Salim abriu a caixa onde estavam os LPs, e mostrou pro Lew. O Lew foi abrindo e o Salim: quanto vale uma calça Lee, é, eu não sei, dois... ou três (lentamente).
Ao contrário, ele falou em primeiro lugar uns números maiores, quantos você vai querer quatro ou três e foi diminuindo.
Nós não sabíamos que era um golpe, ele entregou os discos em troca de uma entrega futura de calça Lee.
Pois bem, o Pedrão entregou uma espingarda que ele tinha, como pagamento.
Essas calças nunca vieram.
Esse cara sumiu, deu um golpe, levou a espingarda do Pedrão, levou os LPs do Salim. Passado um tempo... o Pedrão, deu queixa desse cara.
Foi á Delegacia de Polícia.
Fez um B.O. , bem, o Sabiá foi junto como testemunha.
Passaram-se dois anos ou três anos brincando, brincando. Um dia o Pedrão é intimado a comparecer na chefatura de polícia junto com o Seu Sabiá, que na época era conhecido como Careca ou Pestana.
Tínhamos 17 ou 18 anos.
Os dois foram convocados para ir à Delegacia. Chega lá, na frente do Delegado uma porrada de produtos de furto. Material roubado atrás da mesa do Delegado. O Delegado pega uma espingarda (gestos e fala lenta) (pausa).

O Delegado, obviamente em uma linguagem policialesca e portanto em uma linguagem que oprime quem não está acostumado a ouvir, e é por isso que se confessa o que fez e o que não se fez, pegou uma espingarda de trás de onde estava sentado, pôs na frente do Sabiá e do Pedrão, e perguntou de supetão para a testemunha, no caso o Sabiá (pausa): é essa a espingarda que roubaram (falando em tom mais alto)? O Pedrão ali na expectativa. O Sabiá pega a espingarda na mão examina, olha, devolve e diz: Não!
E era.
O Pedrão vira e fala: mas Pestana é ela, é a minha. O Delegado, não e não, ele negou, podem ir embora. Podem ir embora vocês estão sendo dispensados, pegamos o ladrão errado. E era a espingarda. Aí, vem a explicação do Sabiá: pensei que fosse uma pegadinha, que a espingarda fosse outra, que ele estivesse testando minha honestidade. Isso é o Pestana e Careca. Não é ainda Sabiá na época.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Minha divida com Sidão

Depois que li "Esquina 65" - grande obra do Sidão, pelo seu grande esforço e efeito catalizador de reunir a todos nós, jovens protagonistas de uma época em um lugar - vieram-me lembranças da infância e juventude. Prometi ao Sidão que iria enviar-lhe essas memórias e observações, embora refiram-se muito particularmente às minhas lembranças. Estou amadurecendo a idéia de colocá-las neste Blogger. Se esta postagem der certo como teste, o fato estará mais proximo de vir a ocorrer.
Pagarei esta dívida ao Sidão, como sempre fiz, e por isso, felizmente, não devo nada a ninguem, à exceção do fisco, esse insaciavel devorador das minhas parcas economias.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Prá vocês que estão chegando

Na coluna à esquerda acesse PONTO DE PARTIDA.
Quando surgir no seu e-mail pessoal mensagem que contenha Esquina-65.
Abra sem receio.
Veja logo abaixo (clique) comentários.

domingo, 20 de abril de 2008

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Locais

comente sobre esses locais:


A Praça ( Restaurante)
Abreugrafia
América Basquete Clube
Atrás da linha
Av. Industrial
Baile carnaval, carnaval de salão
Bar "Lider
Baile Lover Boy
Bar do Nóca
Bar Quitandinha
Barbearia Sem Nome
Barracão (Sidão)
Biquinha
Caixa d’água (vila Gabrilli)
Campinho
Candinho
Casa do Gabrilli
Casa do Sergião
Carlos Gomes Tangará
Casa do Israel
Casa do Sérgião
Casa Tokio
Cine Carlos Gomes
Circo
Clínica do Seu Farias
Clube Aramaçã
Clube Atenas
Cocheira do Sardinha
Colégio das Freiras
Cooperativa da Rhodia
Dal Pino
Delegacia
Duque de Caxias
Escola das Freiras
Escola Estadual Américo Brasiliense
Escola Senador Flaquer
Estadual
Estátua do João Ramalho
Fábrica Dal Pino
Firestone
Fórum
Fundição
Ginásio Duque de Caxias
Ginásio Santo André
Hospital Brasil
Igreja do Carmo
Ilha Porchat
Kibon destribuidora
Krisller
Largo da Estátua
Linha de trem
Loja de produtos ortopédicos
Mauá
Mesbla
MOM
Morro Vermelho
Paço municipal
Padarias Leão, Ideal, Matinal, Central
Panelinha (bailes,escola de samba,fantasias)
Parque das Nações
Parque Erasmo Assunção
Praça Quarto Centenário
Pico do Jaraguá
Prédio do Cristian
Prefeitura Municipal de Santo André
Posto ABC
Radio ABC
Radio Eldorado
Radio Santo André
Represa Billings
Rhodia
Rio Claro
Rio Tamanduatei
Riozinho
Rua Augusta
Santo André
Santos
Serra de Santos
USA (Universitários de Santo André)
Vila Assunção
Vila Gabrilli
Vila Monsueto

CASO 1

Uma série de acontecimentos descontínuos ocorridos nos anos 60 e que foram relembrados a partir da fotografia, são casos que ficaram na memória coletiva dessa “turma”. A graça fica para os que conviveram de perto.

Conta o Erio e o Dago: [Pancho: Eduardo Rosembaun]

Pancho tem passagens fantásticas. A maior delas, a maior do Pancho foi no dia em que perdeu o fichário no Américo Brasiliense. Todo fichário que se deve, a folha é numerada. Você numera um, dois, três, quatro, cem, 200... Era um fichário de notas, não era classificado por matérias. Umas duzentos páginas. Por distração esse fichário cai ao chão em um dia de vento, essas duzentas páginas se espalharam pelo pátio.
No horário de intervalo.
Começa a correria. O Pancho querendo pegar, juntar. Pegou a folha 1, pegou a 2, chegamos lá com a folha 7 e 8, e falamos: olha Pancho, toma Pancho e ele: Não! Eu quero a 3. Na ordem, ele queria pegar na ordem, ele não queria juntar e reclassificar (risadas).
Quem tem a página 4, quem tem a 5 ?
Essa é uma passagem do Pancho ,a segunda antológica foi na saída do vestibular para Medicina com o Sabugo. Encontrou o Sabugo na saída do vestibular, o Pancho vira prá ele e pergunta prá ele: sacou a “mancadinha” (um modo de resolver as questões de multiplas escolhas)? O Sabugo disse que subiu um frio na barriga. Não tinha a “mancadinha”, e já havia prestado vestibular duas vezes. Subiu um frio na barriga do Sabugo, que desconhecia qualquer “mancada”. Como “mancadinha”? O Pancho disse: você deve fazer um X na letra que antecede a reposta correta. Então se a resposta correta é c você assinala um X em b. O Sabugo virou e falou: e se a resposta certa é a, eu faço X no que? Ele parou, pensou, pensou e disse: acho que é em a mesmo .
Terceira do Pancho, jogo de pôquer, rodada de fogo, abertura obrigatória com trinca, obrigatória (com ênfase), tem que ser mostrada, tem que ser mostrada, um parceiro da mesa abre o jogo, portanto abertura obrigatória em trinca, ele tinha que ter uma trinca, e o Pancho sai de mão com uma trinca de sete, portanto quem abriu tinha que ter uma trinca maior do que sete, oito, dez, valete, dama, não interessa. Era obrigatório mostrar, não podia pensar, vou chutar a abertura, não, tem que mostrar a abertura, o Pancho pede a 4ª carta tentando uma quadra de sete que não veio... não vem, e ele com trinca de sete, ao invés de ter uma luta, com o outro repicando para tentar sustar o outro num blefe, não, o outro fez uma aposta pesada e ele só pagou prá ver, pagou prá ver uma abertura que era obrigatória mostrar, e essa é mais uma passagem.
E a última pra terminar é a indisposição dele com os clientes do restaurante [do qual era proprietário], quando diziam das comidas servidas...
Pediam filé a Chateaubriand e depois reclamavam que estava mal passado.
Isso. Muito cru.
Ele dizia sabe , não dá prá atender essa gente que não sabe o que é um filé Chateaubriand...O Chateaubriand tem que estar vermelho, um filé alto né.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

futebol


Quem são eles?

da esquerda para a direita...ano de 1971.

Time do bar da esquina.

adversário 14 X

esquina 1.

domingo, 13 de abril de 2008

Música

MÚSICA
Esquina 65. A partir da visualização de uma foto tirada em 1965, cada um dos fotografados comentou sobre diversos assuntos, um dos quais à música daquele momento. (texto extraído da coletânea “Esquina 65”).
Sidão,Tonico, Savério, SALIM,ERALDO,MOREIRA(Pinga),Celso,Sapo,Dago e Erio

“Help”, com os Beatles, é do ano de 1965.
O Corinthians perdeu para o Santos de 4 a 3.
Época da “ditadura envergonhada”. Guerra do Vietnã.
Ouvia-se no rádio, ao mesmo tempo: “Sentimental” com Altemar Dutra e “Pedro Pedreiro” com Chico Buarque.
Bossa Nova X Jovem Guarda: “Samba de Verão” X “Quero que tudo mais vá para o inferno”.
Como imaginar a partir de uma foto um passado através de vários presentes?
O retrato é de 1965 (fotografia em branco e preto). Foto posada.
Jovens.
Se fosse falar em classe social: média com suas nuâncias.


Músicas do ano:
Os discos mais vendidos

Revista Intervalo, de 04 à 09 de julho de 1965

Compactos simples Compactos Simples
1. Jovem Guarda - Roberto Carlos 1. Day Tripper - The Beatles
2. Altemar Dutra 2. A volta - Vips
3. The Beatles 3. Yesterday - Matt Monro
4. The Rolling Stone 4. Juanita Banana- The Peels
5. San Remo – vários 5. Quero que vá tudo para o
inferno

Outras músicas do ano:

“Arrastão”
“Samba da Bênção”
“Carcará”
“Das Rosas”
“Minha Namorada” - Os Cariocas
“O Neguinho e a Senhorita” - Noite Ilustrada
“Pau de Arara”
“Pedro Pedreiro”
“Preciso Aprender a Ser Só”
“Quero que vá tudo para o inferno”
“Samba de Verão”
“Trem das onze” - Demônios da Garoa
“Acender as Velas”
“Festa de Arromba”
“Festa do Bolinha”
“Gatinha Manhosa”
“Gatinha Moderna” a da calça Lee
“Joga a chave, meu amor”
“Malvadeza Durão”
“Mascarada”
“Mexericos da Candinha”
“Não quero ver você triste”
“Parei Olhei”
"Pequena Marcha para um grande amor"
“Primavera”
“Reza”
“Sentimental Demais” - Altemar Dutra
“Terra de Ninguém”
“Upa Neguinho na Estrada” - Elis Regina
“Vinícuius e Caymi no Zum Zum”
“Amore Scusami”
“A casa de Irene”
“Eigth Days a Week”
“A Hard Days Nigth”
“Help!”
“Io che non vivo senza te”
“Ma vie”
“Que cest Triste Venise” – Aznavour.
“Red Roses for a Blue Lady” - (trilha sonora de "Vício Maldito" Jack Lemmon)
“Sabor a mi”
“Se piangi se ridi”
(“A canção no tempo”: 85 anos de músicas brasileiras”, vol.2:1958-1985/Jairo Severiano e Zuza de Melo- Editora 34.1998-SP.)

“Zorba o grego” - (trilha sonora) Anthony Quinn
“Unforgetbble” - Nat King Cole. Música muito tocada. Ano de sua morte.
“Stop! In the name of love” - Diana Ross e Supremes
Beatles
Rolling Stones
Bob Dylan
Rolling Stones com (I Cant't Get No) Satisfaction

19 de maio. Quarta feira.1965: estréia o Fino da Bossa. TV Record. Apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues.

16 de agosto. Segunda feira. 1965:

"Estréia show da juventude”. Roberto Carlos, um dos cantores da juventude de maior sucesso, vai comandar a partir de setembro, no teatro Record, um novo musical intitulado Jovem Guarda, cujo mandamento primeiro é tocar as músicas da juventude atual, muito rock e twist e hully-gully.

Os Yarbirds, grupo de rock inglês, substitui seu guitarrista. Sai Eric Clapton e entra Jeff Beck. Um ano depois, quando Beck formou seu grupo com Rod Stewart nos vocais, os Yarbirds teriam Jimme Page, que formaria o Led Zeppelin.
Bob Dylan aparece pela primeira vez nas paradas de pop music. Subterramean Homesick Blues.

Os Rolling Stones com ( I Cant't Get No) Satisfaction.
23 de julho. O LP “Help”, dos Beatles, é lançado na Inglaterra. O mundo vivia a beatlemania.
(News Seller o jornal).

Eventos:
01/10/65. Realizado no Cine Santo André o espetáculo musical Linha de Frente, com música brasileira e a presença, entre outros, do Jongo Trio.
Cine Tangará...
Show. Bossa Nova.
No saguão, poltrona circular, sala de espera.
Toilette, bomboniére.
Claudete Soares (1 metro de altura).
Grande atração Elis Regina.
Drops de uísque.
Abertura Zimbo Trio. Garota de Ipanema.
Ary Toledo cantando ....
Elis se apresenta no final, totalmente bêbada.

"Jornal Brasiliense. Agosto de 1965. O jornal divulgava as notícias do Instituto Américo Brasiliense e tinha como editores os professores Clestenes de Oliveira e Carlos Galante. Segue a notícia destacada pelo professor Galante: In Extasis - Aproveitando o facultativo do dia 19, os alunos Michel Wagapoff e Michel Ivanov organizaram um show de poesia e música com esse sugestivo título. A parte poética esteve a cargo de (sic) LIBERDADE, e de Eduardo Santos Lima e Michel Ivanov, que interpretaram versos de Olavo Bilac, Manuel Bandeira e Camões. Da parte musical encarregou-se o conjunto Os Bossa Quatro, composto de Arnaldo (contrabaixo), Maurício (flauta), Vitinho (bateria), Rogério (violão) e Clóvis (piano). Como crooner funcionou o Paulo do curso noturno. A apresentação dos números esteve a cargo de Diva F. Aquino e a renda reverteu em benefício da comissão da formatura do clássico." (News Seller o jornal).


Escola Duque de Caxias.
Diretor: Professor LA PATE.
De sala, em sala, apresentava uma foto dos Beatles. Beatles os cabeludos, coisa que veio da Inglaterra mau exemplo. Cab4elos...
Foto: SALTANDO NO AR SOBRE PEDREGULHOS.
(Sidão)

Trechos dos depoimentos:

Eu ia falar dos Beatles também. Outro dia estava ouvindo rádio, de repente esbarrei numa música, PQP!, me deu uma vontade de chorar.
(Tonico)

Beatles, Juca Chaves, Ray Coniff, Bossa Nova, Jovem Guarda, Nat King Cole, Italianas
(Pepino Di Capri, Sergio Endrigo, Pino Donagio, Nico Fidenco e outros).
(Savério)

Samba 707, não sei se era da época, a gente ouvia alí na sua varanda. Era um LP, vinil. Aqui é o seguinte; Rádio Eldorado. Música era na Rádio Eldorado.....o Barquinho, Edu Lobo....música era isso aí.
(SALIM)

Trini Lopes. Naquela época imperavam os Beatles. O Sabiá (irmão do Eraldo) que era extravagante...outro dia eu lembrei prá êle, agora não estou lembrado. Tinha um disco com um cara que tocava piston...
Porra, só tocava isso. Só ele fazia este gosto avançado. Até hoje ele é enjoado, cheio de trik tricks. Ele disse que fazia o mesmo som com o nariz ( risadas).
Tinha o Ray Charles, o Ray Conniff, Bob Dylan. Nessa época tinha muita orquestra. Tinha muito metal, era tudo puxado pelos EUA. Eram eles que mandavam.
(ERALDO)

Beatles, a gente gostava prá cacete. A foto tem cara deles, até o modo de vestir. Influência direta.
(MOREIRA–Pinga)

A gente ficava nessa esquina meio perdido, queria coisa maior. A gente ficava lá xingando, terra de merda, terra de merda puta...Sexta à noite com essa idade, sabadão, duros, crianças, o único carro disponível era esse[foto], ninguém tinha carro porra, só os dos pais. Aí então dava... a gente queria crescer, daí a origem da minha melancolia. Não quero fantasiar, os Domingos a tarde eram terríveis. De repente sumia todo mundo, iam assistir Jovem Guarda. Imagine em Santo André que coisa mais monótona.
O que eu quero transmitir é a emoção do momento que está junto com as fotos. Não adianta, a música não precisava ser “Arrastão”, tão bonita, poderia ser qualquer outra, o que importa é a misturação do momento. Todo dia é um perfume sonoro... é isso que girava na época. Noel Rosa, Dorival Caymmi " E das “Rosas".
Inclusive as músicas de nossa época, era a melhor que o Brasil produziu até hoje. Todos foram formados, todos. O Eraldo que era mais criança, talvez não tivesse conhecido um Sergio Ricardo direito. Nem o Pinga com aquele nervosismo embutido. É uma riqueza e uma sorte termos nascido nessa geração. Lembra rádio: a radio Eldorado AM, parada de sucessos em 1º lugar...Você viu uma parada de sucessos desse nível. AM né, não existia FM. Beatles conhecemos tudo em AM, tocava nos radinhos vagabundos desses carros.
[tom de voz modificado/agressiva). Não tinha nem cinto de segurança (risos).
Juca Chaves, Carlos Lyra, Geraldo Vandré, e nossa intuição.

Eu lembro de passeatas na Oliveira Lima ...eu vou falar só de mim, mas não era só eu que falava isso. Ali na padaria Central bem na virada do largo da Estátua, vinha aquela passeata, estudantes engajados, o caralho, e aquilo me dava uma preguiça gigantesca. Eu ouvi alguém falar assim: porra esses caras estão falando contra o imperialismo norte americano e todo mundo usando calça Lee! Eu gostei disso por que me livrava de ter que me envolver com essa merda. Eu ficava na música, no espírito, sabia tudo que estava acontecendo, tudo, tudo, mas eu era esse cara da baqueta. Preferia ouvir o Geraldo Vandré, mas eu não ia na passeata por que usavam calça Lee. Vagabundos, poderíamos ter feito coisa melhor. Mas também não ia dar em porra nenhuma( hun!hun!hun!).

Eu estava presente, não era um inconsciente, nenhum de nós era, nenhum! Era impossível não ser. Impossível não ser. Nós ouvíamos música, ás vezes eu fui descobrir depois o sentido delas, por exemplo “Acender as Velas” (cantando), ouvíamos as melhores músicas que esse país já produziu, músicas engajadíssimas. ...Chico Buarque. O Chico quando surgiu era suave. A gente já vinha seguindo de perto a música com o Geraldo Vandré. “Que sol quente que tristeza” (cantando).


Imaginando que era um Domingo. A música que eu odiava era a da "Jovem Guarda". Prá mim era a música italiana, Gino Paoli, Charles Asnavour da França, isso prá falar de estrangeiras. Os americanos, puta aquele monte.
Gianni Morandi, Beatles, uma coisa assombrosa não há música dos Beatles que eu não conheça. Geraldo Vandré, Edu Lobo olha que mistura, Wilson Simonal no 1º e 2º disco — lindo... Juca Chaves, Moacyr Franco. Eu fui o único da turma que teve coragem de assumir que gostava do Moacyr, junto com o Pergola que é o mais romântico de todos. O Pergola tem até hoje discos do Moacyr Franco. Quer saber tem músicas naqueles discos que eram do Braguinha, João de Barros, Rosas e Andorinhas, eu canto até hoje em festas. “Oh! Minha rosa andorinha” (cantarolando). É a música do mesmo autor das Pastorinhas.

Então é uma misturança de música, então agora, Roy Orbson, Paul Anka, Neil Sedaka, meu Deus! Marcos Vale estava começando, quanta coisa.
Quer que eu seja exato nesse momento, 1965. Não consigo. O auge da música italiana, Sergio Endrigo, puta que riqueza de material.

A primeira vez que ouvimos Yesterday foi com Mat Monroe gravado em um compacto simples. Todos nós aqui, pelo menos em Santo André, ou na nossa turma, nesse universo, a primeira vez que ouvimos Yesterday de Lenonn e Macartney foi com o Sr. Mat Monroe. A Nancy viajou para o Paraguai com a família e lá comprou um disco chamado Help-Paraguaio. O Help que havia sido lançado aqui era diferente, lá tinha Yesterday. Lembro que quando ela voltou, me telefonou e disse: Celsinho eu ouvi Yesterday com os Beatles. Ela já conhecia por causa do Mat Monroe. Disse: estou ouvindo com o Macartney, parece que eu estou com você a meu lado..., imagine como as meninas se derretiam, ele gravou esse disco [Mat Monroe] e nunca mais se ouviu falar. Vamos ligar prá esse cara, ele vai ter um ataque de alegria.
A música “Eu quero que vá tudo para o inferno” era tocada nos salões de carnaval, foi cantada como marcha de carnaval, um puta sucesso. Cantada pelo Roberto Carlos é muito gostosa. A música é como perfume que transporta, na época eu odiava o Roberto, eu tinha essa carga...como vocês todos, foi um bom cantor, eu cantava isso no baile de carnaval do Panelinha.

Da Mangueira, isso ainda gosto, da bateria da Mangueira e só. Não posso ver nem confete, serpentina, é um pé no saco. Mas eu gosto da Mangueira pela batucada, só. Pra mim só precisava ter isso e mais nada.

Eu queria falar sobre música, "atenção estou respondendo", mané, porque a música prá mim nunca foi só um prazer auditivo, é como um perfume da vida, você gostando ou não. Quando se fala... O que fica da música prá mim é o ambiente, é como o clima, o Malboro, a Vodka, não é só música.
(Celso)

“Tema de Lara” [Sapo cantarolando], o que me lembra daquele filme, é aquela cena quando enterram a mãe dele. O menino olha para o céu e chora. Cena bonita. Ele vai ao enterro o menininho... Começa dar aquela mudança. Tempestade, olhar infantil. Isso, marca o filme Dr. Jivago. Aliás um filme de merda! Essa cena foi forte.
(Sapo)

Teve um bailinho em que foi o aniversário do Eraldo ou Enderson, eu não sei. Na época o sucesso era Dean Martin cantando Somebody Loves You (os dois cantando). Fantástico o Dean Martin, eu não lembro de uma passagem específica.
Aproveitando para falar do Aramaçã, os barcos, a piscina que era ali do lado, lembro de um dado musical, eu lembro de estar indo para o vestiário que era à esquerda de quem entrava. A gente entrava no Aramaçã, passava beirando pela piscina e à esquerda ia ao vestiário e depois voltava tudo e ia pro lago. Nesse caminho fui ouvindo o Wilson Simonal, em seu primeiro LP que era o “Balança tudo prá andar” (cantando), chamava-se “Wilson Simonal uma nova dimensão do Samba”, assim se chamava esse LP, tocava a música “Rapaz de bem”. Eu lembro de estar ouvindo isso no rádio, isso seriam os meus primeiros contatos com ele, mas ele cairia em desgraça para mim num show de televisão, naquele programa do Simonal, que o Ronaldo veio me dizendo que ele havia entortado o Lúcio Alves cantando “Teresa da Praia”.
“Teresa da Praia”. Então vamos à Teresa da praia deixar... do sol. Teresa da praia... [cantando]. O Simonal fez todos aqueles efeitos dele.
Uma entortada (falando com ênfase) como se fosse um jogador de futebol, isso prá mim marca o fim do Simonal como representante daquela...
A gente era muito hermético né Sidão? Esse foi um dos grandes defeitos em música, hermético demais, pouco tolerantes mesmo com gente boa, não se tolerava... entende? Esse é um problema que depois foi para a política.
O Wilson Simonal já tinha uma forma de cantar samba diferente, ele tinha um puta balanço, uma bossa...
Os dois primeiros LPs eram suportáveis, aí exagerou começou a malandragem, a florear, ele era um contratado da Odeon, “A Nova dimensão do Samba” é da Odeon.

Tô falando dessa visão hermética na música, essa visão hermética da música negócio da Bossa Nova, a gente era intransigente. Não aceitava o Wilson Simonal de volta, entende? Se alguém exagerasse num trejeito a mais, cortava fora, e isso acabou passando-se para outras coisas.
E não dava prá aceitar, não se aceitava inclusive uma... Apesar de se dizer que a Bossa Nova tem tudo a ver com o jazz, com sua origem no jazz, com batida semelhante, se algum cantor brasileiro fizesse como o Wilson Simonal: “então ora... vamos zimbora”, era criticado por ser americanizado.
O Dick Farney prá nós uma figura que até gostávamos, americanizado, isso tudo levava à literatura. A gente era pobre em literatura
(Dago e Erio)

PS: era isso que girava para esse grupo de adolescentes. Rádio era na faixa AM, FM só se ouvia na rádio Eldorado São Paulo, e a programação era feita com músicas clássicas, ligeiras ou suaves, eram músicas de meio ambiente, tocadas em empresas e bancos. Poucas pessoas possuíam um aparelho de som que permitisse ouvi-las.
A rádio Eldorado AM transmitia o “turfe”, “Piano ao cair da tarde”, na sua programação normal intercalava: uma música popular brasileira (bossa nova), uma americana e uma italiana ou francesa. Dá vontade de ouvir: “Chega de saudades”, seguida de “Yesterday”, “Roberta” e “Et Maintenant”, depois um Tamba Trio ou Cariocas. Capitulou, era resistente, quando tocou um Roberto Carlos. Nem a Ellis com Jair Rodrigues era permitido.
Nara Leão trazendo o samba do Morro. Carlos Lyra que “unia o pensamento e a ação”. João Gilberto que amansou o samba na varanda da casa do Cheu. As modinhas do Juca Chaves. Os festivais com Caetano, a fina estampa que acabou de enterrar a bossa nova naquela década.

PONTO DE PARTIDA

No livro Esquina 65, eu digo que a minha idéia inicial era criar um site. Desisti porque entre nós, poucos acessam. O jornalista Médici do DGABC, me disse "ainda bem"!, se não você não escreveria o livro.
Pois bem, aqui retorno a idéia, pode não dar em nada, o Cheu se entusiasmou e montou o site: 41 anos depois, tendo como referência o encontro que nós realizamos na pizzaria para o lançamento do livro, e deu no que deu.
Pretendo algo diferente. Aqui só serão publicados (desculpe a antipatia) textos, imagens, fotos e sons do perído delimitado. Não teremos recados e nem notícias atuais, nesse caso que se use a ferramenta do e-mail. Como voces sabem estou elaborando um outro livro. O título é:
"Do outro lado da esquina" , nele entrevisto algumas meninas da época. Elas tambem integrarão este blog.
A todos que tem enderêço na Internet, estou convidando para ser membro. Deixem seus comentários.
Estou iniciando essa experiência, não domino a linguagem do blog, podemos caminhar juntos.

Uma série de acontecimentos descontínuos ocorridos nos anos 60 e que foram relembrados a partir da fotografia, são casos que ficaram na memória coletiva dessa "turma". A graça fica para os que conviveram de perto.

Eu tenho uma espécie de banco de informações, com relatos de diversas situações de momentos da época, e que foram publicadas no livro. Estou denominando-as de casos. E pretendo aos poucos postá-las no blog.
Por outro lado, espero que surjam relatos de outros casos que ali não estão registrados.

Os casos não são a pura realidade, e sim uma memorização fantasiada, exagerada do que ocorreu. Um humorismo próprio de nossa turma.

Retrato em Branco e Preto


Depois de mais de 40 anos em que foi tirada, esta foto... conseguiu nos reencontar. Virou capa de livro: Esquina 65.
Através dessa imagem proponho, uma conversação com referência à memória de nossa turma, ou fatos circunstanciados no período que convivemos juntos. Do Grupo Escolar (década de 50) ao bar do Teixeira (década de 70).